Esta reportagem não é apenas para divulgar quem são os candidatos que vão disputar seu voto, (e)leitor, para presidente, governador, senador e deputados estadual e federal na região. Na cobertura daquela que se apresenta como uma das eleições mais desafiadoras da jovem democracia brasileira, o nosso objetivo é fazer uma campanha para que vençam os votos de reflexão e tolerância, de respeito à diversidade e pluralidade de propostas, projetos e candidatos.
– A democracia, ela tem o espectro muito grande. A democracia tem lugar para conservadores, liberais, progressistas, extrema esquerda, centro esquerda, extrema direita e centro direita. Todos têm espaço – afirmou o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Francisco José Moesch, em recente passagem por Santa Maria, sobre a convivência com diferentes pontos de vista.
No dia 2 de outubro, os eleitores vão às urnas para escolher os futuros governantes do país e do Estado e os representantes nos parlamentos. Com o fim das convenções no dia 5 de agosto, os candidatos estão definidos, o que não quer dizer que não ocorram ajustes nas chapas, já que os partidos têm, ainda, até segunda-feira para solicitar os registros na Justiça Eleitoral. Já no dia seguinte, terça-feira, a campanha ganhará as ruas, oportunidade em que os candidatos estão liberados, oficialmente, para pedir os votos. No dia 26, os aspirantes que disputam a eleição de outubro começam a entrar nas casas dos eleitores, por meio do rádio e da televisão. É o horário eleitoral gratuito.
Para comandar o Palácio Piratini pelos próximos quatros anos, 11 candidatos foram lançados pelos seus partidos dos mais diversos campos ideológicos. Já para ocupar o cargo mais importante do país e despachar no Palácio do Planalto, 12 nomes se escalaram, também de diferentes ideologias políticas.
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Ainda para eleição majoritária, mas ao Senado, 10 candidatos irão batalhar pela única vaga em jogo no Rio Grande do Sul neste pleito. Na disputa proporcional, havia, até o fechamento desta reportagem, de acordo com solicitação feita aos partidos pelo Diário e conforme lista oficial obtida no divulgacand, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 37 candidatos à Assembleia Legislativa e 17 à Câmara dos Deputados, em 11 municípios da região de cobertura do Grupo Diário. Entretanto, esse número faz parte de uma lista preliminar, já que nem todos os partidos enviaram as listas solicitadas pelo Diário com o domicílio eleitoral dos candidatos. Por esse motivo, a relação de candidaturas poderá ser ampliada nos próximos dias.
Novidades
Por falar em eleição aos parlamentos, uma das novidades desta eleição é a proibição das coligações a deputados federal e estadual. Ou seja, candidatos não poderão pegar carona nos chamados puxadores de votos. Em contrapartida, as disputas a presidente e a governador, as eleições majoritárias, seguem com alianças.
Outra novidade deste pleito são as federações e têm efeito, inclusive, nas proporcionais. Tratam-se de partidos de espectro ideológico semelhantes que se unem por, pelo menos, quatro anos, o que será replicado para os Estados. No caso das coligações, elas podem ser de ocasião e valem só para a eleição. Para este ano, o TSE aprovou três federações: PSol e Rede, PT, PCdoB e PV e PSDB e Cidadania. Como funcionam como um único partido, neste caso, concorrentes dessas legendas com menos votos podem se beneficiar de políticos com grande êxito nas urnas.
Só as urnas irão apontar quem triunfará, entretanto as mulheres já têm conquistas a comemorar. Há um recorde de candidaturas femininas nas majoritárias em relação a eleições anteriores. Há 11 mulheres, entre candidaturas a governadora, vice e senadora no Rio Grande do Sul. Já na disputa à presidência da República, há duas chapas compostas só por mulheres, algo inédito, e mais duas que são lideradas por candidaturas femininas. Sem falar nas concorrentes a vices.
E esse número de mulheres lançado pelos partidos é impulsionado por uma regra eleitoral nova. A partir desta eleição, a contagem do voto em candidaturas femininas será em dobro como critério para a distribuição do Fundo Eleitoral. Ou seja, quanto mais mulheres concorrendo, maior tende ser a fatia de recursos para a legenda. A norma também vale para outras minorias, como negros.
_ Por lei, hoje, os partidos são obrigados a apresentar no mínimo 30 e no máximo 70% de candidatos a cada gênero. Ocorre que a contagem em dobro não é só em relação a candidaturas, mas a eleitas. O que deveria ser um piso mínimo para candidaturas femininas, acabava sendo um teto máximo, o partido só buscava preencher a cota, e não se importava se essas candidaturas realmente seriam efetivas para reverter votos para o partido.Agora vão se importar com isso – analisa Débora do Carmo Vicente, Chefe da Seção de Programas Institucionais da Escola Judiciária Eleitoral do TRE-RS.
Há, ainda, o entendimento que as federações partidárias são melhores do que as antigas coligações por exigirem maior alinhamento político, terem abrangência nacional e maior tempo de duração._ Seria uma relacionamento mais programático. E a legitimidade para atuar “no processo eleitoral” é da federação, os partidos que a compõem não podem agir isoladamente, já que há atuação unificada como reflexo do registro da federação no TSE _ conclui Débora.
URNA
Neste ano, será utilizado, pela primeira, vez uma urna com modelo que traz recursos de acessibilidade. Apresentação de um intérprete de libras na tela da urna para indicar quais cargos estão em votação.
Nas próximas reportagens, você, eleitor, poderá conhecer mais um pouco dos candidatos a governantes do país e do Estado, além dos representantes à Assembleia e à Câmara dos Deputados do centro do Estado. Uma boa leitura, com consciência política e serenidade a todos.
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12 candidatos na corrida à presidência da RepúblicaPiratini tem 11 nomes em disputa9 gaúchos peleiam pela única cadeira ao SenadoRegião Central representada por pelo menos 54 candidatos a deputados
Pâmela Rubin Matge, pamela.matge@diariosm.com.brJaqueline Silveira, jaqueline.silveira@diariosm.com.br
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